13 de fevereiro de 2013

Primeiros comentários factuais...


Fato 1: Altruísmo é mais raro em seres humanos do que a síndrome de Chediak-Higashi. 

Eu estava pensando sobre como recomeçar a escrever em um blog, sobre como meus posts deveriam ser (sobre como eles não deveriam ser você pode ter uma ideia olhando qualquer post que venha antes deste) e cheguei a não tão brilhante conclusão que, seguindo o nome do mesmo, eu contaria sobre acontecimentos cotidianos baseado em um fato. Tosco, talvez, mas ainda assim bem prático (e até um pouco original, até onde meu conhecimento vai).

Você provavelmente não tem a menor ideia do que seja a síndrome de Chediak-Higashi (sem contar que não tem a mínima ideia de como se pronuncia isto) e nem eu tinha, até cinco minutos atrás e uma pesquisa no oráculo Google ("Doenças mais raras do mundo") que me levaram a entender que esta síndrome é uma doença autoimune que afeta menos de 200 pessoas em todo mundo. Mas você não está aqui (presumindo que alguém esteja ai) para aprender sobre doenças. 

Quando eu digo altruísmo, não falo de pensamentos felizes sobre os outros somente, sobre mandar um recado no Facebook desejando o tão comum "tudo de bom" para alguém, sobre deixar de flertar com algum cara porque uma de suas amigas tem uma queda por ele. Falo sobre o altruísmo que, e digo somente de minha parca experiência, mães desenvolvem por seus filhos, que as fazem desistir de parte da vida, etc. 

E eu me peguei pensando sobre isto, da primeira vez, quando conversava com umas amigas sobre o tópico "estar feliz sobre o sucesso do outro" e agora novamente quando tive um outro desses momentos, desta vez sem conversar com ninguém. 

Não pretendo soar como uma vadia sem coração quando digo isto, mas apenas 1/4 de você fica realmente excitado e feliz. E provavelmente não é sua culpa. Nós somos socialmente condicionados a quererem ser os melhores em tudo, os primeiros em tudo. Talvez eu deva me corrigir neste ponto, dizendo que alguns de nós são, mas na verdade eu penso que todos somos, uns mais abertamente, outros ainda em fase de negação. 

Meu grande exemplo vai ser verídico (e sim, talvez eu esteja generalizando ao dizer que todos somos condicionados e talvez seja eu tentando apaziguar uma ponta de culpa por não ter como primeiro pensamento "Estou realmente feliz por ela/ele"): ano passado eu estava no último ano do Ensino Médio, e como é usual, prestei vestibular. E não passei. Não em uma ou duas universidades, mas não passei em nenhuma a qual prestei. 

E sim, talvez minha escolha de carreira não ajude eu passar com facilidade (a menos que eu fosse um gênio e passasse em primeira em Medicina), mas quem passou por isto sabe que olhar os pontos onde você supostamente não teve culpa não adiantam de nada. Você está emocionalmente arrasada, pode não mostrar, pode não falar sobre isto, mas está. 

Bom, o fato é que algumas de minhas melhores amigas passaram em algumas ou todas as universidades que prestaram. E eu genuinamente fiquei feliz por elas durante certo momento, elas mereceram e muito, estudaram por isto. Mas (e sempre há um mas), eu não tinha conseguido para conseguir partilhar uma felicidade completa. E é ai que o fato da realidade altruística atinge. 

A pontada de culpa pelo meu primeiro pensamento, em todas as vezes em que recebo uma notícia sobre o sucesso de alguém, sendo este alguém próximo a mim ou não, ser "e por que não eu?" é uma pontada que atinge pontualmente após o pensamento.

A inveja é um sentimento estranho. Você sabe que sente, mas não admite para si mesmo até que ela tenha tomado conta de muitas de suas ações. Eu cheguei na parte de admitir faz pouco tempo, e foi um longo caminho até isto. Não sei dizer se me sinto muito melhor agora que consigo trabalhar em não me sentir deste jeito ou se a ignorância realmente é uma benção. Mas, como eu a pouco dizia para uma outra amiga, você não sabe até tentar.

Talvez eu esteja errada e o verdadeiro altruísmo seja mais comum do que eu pense, afinal, eu tenho claras tendências à negatividade. Mas eu acho (como as pessoas que acham normalmente o fazem) que não é o caso e que o grande Eu (com todas as fases conscientes e subconscientes que te formam) ainda é a parte dominante da relação. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário